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terça-feira, 26 de abril de 2011

Eu vou crescer

A juventude atual, mostra descaradamente como será o presente do nosso futuro. As garotas e garotos que pensam tão somente na exibição da aparência, através de um corpo artificial e enxergam apenas o próprio umbigo sem ver ou querer preocupar-se com os problemas ao seu redor, são a prova de que a espécie humana, está em regresso.
As crianças de hoje que sentam na frente de um computador e ficam horas e horas alienados em jogos entre outras besteiras, que infelizmente também é possível encontrar na internet, não sabem que há muitos anos atrás, meninos e meninas já foram adultos. Não sabem eles, que a liberdade que tanto jogam fora, era sonho de uns pequenos que nasciam junto as máquinas e lá, durante a tal revolução industrial, o brinquedo deles, era uma chave defenda sem graça e a soneca da tarde, era um açoite nas costas que o fazia despertar e voltar ao trabalho.
Talvez de tanto fuçarem em máquinas, tornaram-se como as tais. Seus neurônios são como lâminas enferrujadas, que não sustentam nada, muito menos uma idéia. Seus olhos funcionam apenas como espelho, refletem mas não muda nada do que está acontecendo. Seus corações, funcionam apenas como uma bateria validada que o mantém vivo até certo momento, mas não possui ao longo do que pode se chamar de vida,qualquer emoção que vala ser guardada e contada com alguma glória.
São dos pais sem voz, a culpa? Do progresso associado a tecnologia? Da televisão e seus programas sem objetos senão poluir as inocentes mentes? Será que a ditadura seria assim, a melhor forma de conduzir o homem de volta a evolução? A resposta para todas essas perguntas, se resume em uma única: não! Não há como culpar parte da população mundial por um erro que todos cometemos. De maneira direta ou indireta, ajudamos na construção da nossa triste realidade. Conquistamos a liberdade de nos expressar, e hoje, nos prendemos em seriados, deixamos de dizer o que deve ser dito, por medo, por receio de um sentimento ou ação que venha nos prejudicar.
Platão certa vez disse que a criança é a forma do homem. Que massa é esta que estamos levando ao fogo? é necessário, destruir qualquer coisa que venha a denegrir os homens que sabem que sabem. Os ouvidos dos jovens, devem receber músicas que o façam refletir, eles devem poder comprar sem fiscalização, bombons de chocolate e não bebidas alcoólicas. Deve haver uma revolução em pró de uma transformação do real em ideal.

Por Carol Oliveira

terça-feira, 5 de abril de 2011

Difícil foi, gostar de você.

Bem, o cenário onde aconteceu a história que vou contar, é um lugar pequeno, mas não tanto, sombrio mesmo com a presença do sol, triste, mas promete a felicidade todos os dias.

Nessa cidade, onde nada ocorria. Oh, me desculpe, me equivoquei.

Nessa cidade, onde nada de diferente ocorria, vivia um menino e seu fiel escudeiro, seu casaco.
As coisas andam super normais. O sol nascia todos os dias, a lua rejuvenescia de tempos em tempos, a flor exalava cheiro... Até que então, o tal garoto largou o casaco.

Todos se perguntavam aflitos: Quem é esse estranho? não se parece com o tal Toné? Por que ele não usa mais a jaqueta?

Essas perguntas foram respondidas a pouquíssimas pessoas. Mas vou contar para vocês, porque sou muito legal. Os neurônios do Toné se apaixonaram por os de uma mocinha chamada Lica. Se achando o experiente, ele pensou que a melhor maneira de conquistá-la seria, primeiramente, fazendo-lhe uns agrados indiretos. Mudou o completamente o visual, por um, que ela gostava.
Comprou tênis, mochila, perfume, calças, novos casacos, relógios, correntes, blusas, bonés. Entrou na academia, na aula de violão. Tudo valeria a pena para conquistar um coração.
Tão sabido, tão esperto, mas caiu na armadilha da paixão.

Mudou o modo de falar, de andar, de tirar fotos, de sorri. Até pensou em mudar o nome, mas isso não iria conseguir. Passou pela sua cabeça que talvez o plano não desse certo, mas logo esquecia, tinha que dar certo! O menino Toné abandonou seu eu, em busca de ser para alguém.

A menina era cega, e óculos de grau nenhum faria vê-lo de modo diferente. Para ela, ele seria para sempre seu amigo. Mas ele custava em acreditar em um hipótese como essa. Meses se passavam e nada de algum progresso. Sua inteligência ou mesmo o medo de sair despedaçado, lhe impedia de tentar alguma ação diferente para com a moça.

Nunca iria se apaixonar por ninguém, já estava apaixonada pela própria imagem, pelo que diziam que era bonito, pelo que achava bonito e ninguém mudaria isso. O tempo fez com que Toné chegasse a conclusão de que não daria certo, mesmo. Para ele, foi um fraco.

Esse lugar onde ocorreu a história, pode ser um lugar qualquer. Pois vejamos, só reparamos nas pessoas que passam fome, quando um terremoto as atinge. E então o terremoto passa, as doações acabam e é necessário outro para "mexer com o mundo". Nesse lugar, onde a felicidade é anunciada em promoções, e mesmo tão barata, quase ninguém a possui. Nesse mundo, de poucas árvores e uma multidão De sementes querendo germinar, mas com medo da "terra". Um lugar onde para se amar, deve-se tirar o casaco, abandonar você e ficar sem ninguém.

Toné não é um fraco, e sim mais uma vítima do meio. Não que esse, determine o homem, pois veja, há árvores que dão bons frutos em solos imperfeitos, mas, um meio que influencia o menino, que logo mais será um homem, cheio de traumas, azedo.

Por Carol Oliveira

Ps. ele voltou a usar o casaco.