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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Grande

Ela estava nos céus, porém, não estava feliz. Um lágrima caiu, uma segunda escorreu, a terceira tratava de se jogar daqueles olhos castanhos, mas logo foi interrompida por um lenço cor de rosa, que uma senhora ao lado da Alice lhe ofereceu. Ela estava chorosa, refletia sobre o amor e tudo que esse sentimento esquisito lhe causava. Sabia que uma das piores conseqüências de amar, é não ser amada. No entanto se dizia superior, respondia aos quatro ventos que, jamais, precisaria dar amor pra recebê-lo. Olha, vejam só, nós seres imperfeitos, errando e nos surpreendendo porque erramos. Seria anormal a Alice não chorar. Ela o amava e tinha certeza de que nunca queria se afastar dele, todavida, sentia que não era isso que ele desejava. Por mais que o mesmo dissesse que a queria ao lado, ela não acreditava. Isso tudo seria um trauma? Por amar tantas vezes e não ser correspondida? Seria alguma infidelidade do sujeito que a deixou para sempre desconfiada? Ou seria algum tipo de chip que fora implantado em sua mente que dizia para que não confiasse nele? Não,não,não e não. Ela não acreditava nele porque foi a mesma que disse o primeiro te amo e demorou a receber outro em troca, foi aquela garota que dizia não se importar porque apenas ela dizia sentir saudade dele, foi porque quando ela disse que iria embora, ele não pediu para que ficasse. E isso doeu muito, não foi só uma gigante decepção, foi também saber, que a vida toda mentiu para se mesma. Sim, apesar de negar, sempre quis dar carinho e receber, imaginar-se com outrem e ser imaginada. Ao descer daquele avião, já toda rosada disse a si mesma: “ Hoje, amanhã e depois, eu garanto amar-me mais e só dizer ao vento que o amo, quando ele sopra em meu ouvido que precisa de mim para viver.”

Pobre Alice, mais uma vez irá errar... Pois, o erro não estava em dizer-se superior, em apenas clamar que não precisa de nada em troca de seus sentimentos, estava em afirmar algo que não era verdade, já que nem um homem, por mais bruto e raivoso que seja, não queira receber amor.

Humanos patéticos. Eu, você e mais milhares de pessoas que dão afeto, dão dinheiro, dão favores, mãos e pés, esperando um dia serem todos recompensados. O sol nos aquece e o que ele pede? Os rios matam nossa sede, e o que eles pedem? As árvores nos dão sobra, e ai? Alice amou demais o moço e o que ela pediu? Ser amada. Mas se não fora, não devia arrepender-se, devia se orgulhar por ser capaz de ser como o sol, de ser como os rios, como o vento. Grande.

Por Carol Oliveira

Um comentário:

Caroline disse...

Texto bonito! Vc escreve bem! Parabéns pelo blog!!!

Beijos!

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