Pages

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Coisas modernas do tempo antigo

Eu o conheci na praça em frente a minha casa. Eu o namorei e com ele me casei.

Em uma noite clara com céu de diamantes o conheci. Não existia twitter,msn, orkut ou outros meios tecnológicos de criar vínculos com pessoas desconhecidas. Estava sentada no banco, sozinha até então,ele sentar ao meu lado.Fiquei calada, olhava para cima ou para o lado oposto a ele, era estranho um garoto sentar ao lado de uma garota sem a presença de um mais velho, ainda mais,a noite.
Quando já pensava em me levantar o silêncio que me dava medo foi quebrado.
"o que faz um broto tão lindo feito a moça sentada sozinha aqui?" foi o que ele disse.
Minha voz travou, não sabia oque falar.. falei a verdade:
- Vim ver a noite, se importa?
- De maneira alguma minha flor. Mas estando aqui sozinha,está correndo perigo.. passa alguém numa lambreta por aqui, te ver só, e te leva na garupa.
- Bem, acho que já estou em perigo.. aquela ali não é a sua?
- É sim broto, oque acha de uma volta?
- Olhe, se respeite?! não sou moça de andar na garupa de desconhecido.
Me levantei do banco, com uma face brava porém, estava adorando aquilo. Ele estava muito atraente, usava um topete com brilhantina, uma jaqueta preta, blusa branca..Parecia-se com o meu lindo ídolo, o Elvis.
Ele se agoniou ao me ver saindo. Segurou pela minha mão e com ainda mais charme soltou:
- Por favor não se vá, estava apenas tentando.. conquistar você. Se não gostou muitíssimas desculpas,não é o caso do broto sair,saiu eu.
Eu também não ficava atrás, jogava charme:
- tudo bem eu desculpo seu assanhamento. A praça é bem grande, têm muitos outros bancos.. pode sentar se em outro.
O atrevido sentou bem na minha frente, e novamente seus charmes mas de modo mais discreto,começou a jogar. Eu cai no desejo daquela prosa.. Não era que o mauricinho mandava bem no papo,conversamos até ás 21hrs daquele sábado. Havia passado da hora de ir para casa, logo meu irmão mais velho viriam ver o que eu estava a fazer.Perguntei seu nome, se chamava Ricardo. Trocamos "boa noite!" e cada um foi para um lado.
Após rezar ajoelhada no canto direito da cama,deitei-me. Não dormi. Não conseguia pensar em nada que não lembrace aquele bacana. Estava boba, besta, sorria ao invés de fechar os olhos e dormir. Forá o amor que penetrava no meu coração. Minha primeira paquera.
Voltei aquela praça no mesmo horário e ao mesmo banco, ele sempre estava lá a me esperar. Chegou o dia em que me pediu em namoro, já era tempo do beijo. Eu disse o sim, meus pais aceitaram mesmo achando que eu estava muito pra frente, pelo menos aquela notícia não havia virado fuzarca. Era melhor meia aceitação do que nenhuma.
Eu o beijei na praça, naquele banco..estavamos gamados um pelo outro. Andei na lambreta, foi nassa, jóia,perfeito.
O resto eu já falei no início, ele casou-se comigo, a uva daquele tempo, e eu me casei com o bacana. Era um relacionamento novo, dois jovens amores, eramos como coisas modernas daquele tempo antigo e logiquo. Tv colorida em um tempo preto e branco.

3 comentários:

Fabiano disse...

q belo texto.
sinceramente preferiria ter vivido nesse tempo de amor singelo do que nessa loucura do vale tudo do mundo contemporâneo.

retribuindo visita e comentário.

http://blog-do-faibis.blogspot.com/

Carol Oliveira disse...

É, eu tbm queria ter vivido nesse tempo.
SUHAUIHSUIAHSI'

obrigada aê!

Anônimo disse...

muuito bom cagol! :D